quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira

Mais uma sugestão de leitura, saliento que a publicação está esgotada e não é fácil de encontrar nas bibliotecas e livrarias. 
A Revista da USP, reúne uma coletânea de artigos sobre a Arqueologia Brasileira. O organizador do Dossiê é Walter A. Neves, que reuniu especialistas para escreverem textos sobre temas diversos: passando da teoria arqueológica à história da disciplina no Brasil, a situação da denominada "arqueologia de contrato", a formação de profissionais no país, até os 7 artigos finais, cada qual apresentando uma síntese do conhecimento arqueológico nas diferentes região do Brasil (Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Litoral). Esta iniciativa visa fornecer um balanço da disciplina, principalmente voltado para o público leigo.
Mesmo tendo sido publicada há mais de dez anos, a Revista se mantém atualizada.
Infelizmente ainda não tenho em meio digital, em breve postarei o link para os referidos artigos.


Vol. I






SUMÁRIO


Antes de Cabral: a arqueologia e a sociodiversidade no passado
Walter Alves Neves



Arqueologia em perspectiva: 150 anos de prática e reflexão no estudo de nosso passado
Erika Marion Robrahn-González



A construção de um passado pré-colonial: uma breve história da arqueologia no Brasil
Cristiana Barreto



Arqueologia de contrato no Brasil
Solange Bezzerra Caldarelli e Maria do Carmo Mattos M. dos Santos



Como se tornar arqueólogo no Brasil
Pedro Paulo A. Funari



O velho e o novo na arqueologia amazônica
Eduardo Góes Neves



A ocupação humana do Nordeste brasileiro antes da colonização portuguesa
Carlos Etchevarne



O Centro-Oeste antes de Cabral
Jorge Eremites de Oliveira e Sibeli Aparecida Viana





Vol. II




SUMÁRIO



Arqueologia da Região Sudeste 
José Luiz de Morais



A ocupação humana na Região Sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas – 1872-2000 
Francisco Silva Noelli



Em busca dos frutos do mar: os pescadores-coletores do litoral centro-sul do Brasil 
Tania Andrade Lima



Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira. Revista USP, n 44 , Vols. 1 e 2 1999-2000 EDUSP, São Paulo, 351 páginas.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Textos novos (Arte Rupestre e Pigmentos)


Alguns artigos científicos de grande utilidade para quem pesquisa ou deseja saber um pouco mais sobre as representações rupestres, principalmente sobre os pigmentos pré-históricos.
Estão disponíveis para baixar:

MARQUES, M.; LAGE, M. C. S. M. Preparação da Tinta Pré-Histórica numa perspectiva etnoarqueológica e a materialidade da tela rupestre. O Público e o Privado, v. 12, p. 83-104, 2008.
http://www.4shared.com/office/nhassCn1/Apreparacaodatinta.html 

SOUZA E SILVA, W. Entre fotografias científicas e a ciência da fotografia. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 17: 435-444, 2007.
http://www.4shared.com/office/bhIGOeH6/Entrefotografiascientifica435-.html

GASPAR, M.D. Cultura: comunicação, arte, oralidade na pré-história do Brasil. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 14: 153-168, 2004.

CAVALCANTE, L. C. D; ABREU, R. R. S; LAGE, M. C. S. M. Pigmentos pré-históricos e eflorescências salinas da Toca do Estevo III. FUMDHAMentos, v. 8, p. 107-114, 2009.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Cerâmica da Tradição Tupi


Os antigos grupos indígenas cultivadores de mandioca, além dos materiais que produziam (líticos polidos), se destacaram pela produção de grandes recipientes cerâmicos. Estamos nos referindo ao macrogrupo de Tradição Tupi, que encontravam-se espalhados por todas as regiões da Bahia, mas com maior concentração na área litorânea (ETCHEVARNE, C; FERNANDES, L. 2011). Mostramos na postagem anterior as Urnas Funerárias desse grupo, nesta mostraremos outras peças cerâmicas.
Essas antigas populações ceramistas, produziam recipientes cerâmicos feitos pela técnica do acordelamento, com paredes grossas mal cozidas, bordas reforçadas, decoração plástica e pintada e grande variação de forma, com muita incidência de vasilhames abertos: os assadores. (COMERLATO, F. 2009: 25).
Os desenhos são cheios de detalhes, linhas bem finas, geralmente pretas que se destacam no fundo branco e uma ou duas linhas grossas vermelhas próximas às bordas.

Sítio em Barra dos Negros, Morro do Chapéu-Ba. Recipiente Tupi do tipo assador, com elementos em vermelho e preto sobre fundo creme-esbranquiçado.
Sítio em Barra dos Negros, Morro do Chapéu-Ba. Recipientes Tupi, o maior do tipo assador, com elementos em vermelho e preto sobre fundo creme-esbranquiçado, o menor uma pequena tigela; Fragmento de Tembetá de Quartzito azul esverdeado (enfeite labial).
  
Recipientes Tupi.
Acervo do MAE/UFBA.

Recipientes Tupi com decoração sem pintura.
Acervo do MAE/UFBA.

Santa Cruz Cabrália. Recipiente Tupi do tipo assador, com elementos em vermelho e preto sobre fundo creme-esbranquiçado. Foto: Julio C. M. de Oliveira.

Sítio Praça da Sé, Salvador. Fragmento de fundo de assador com decoração em arabescos ou rendados. 
Foto: Julio C. M. de Oliveira.

Sítio Zé Preto, Vila de Piragiba. Fragmento de recipiente Tupi com decoração plástica corrugada. 
Foto: Julio C. M. de Oliveira.

Sítio Dunas de Surubabel, Rodelas. Fragmento de panela decorado com hachurado inciso.
Foto: Julio C. M. de Oliveira.


Sugestões de leitura:


ETCHEVARNE, Carlos; FERNANDES, Luydy. Patrimônio arqueológico pré-colonial. Os sítios de sociedades de caçadores coletores e dos grandes grupos de horticultores ceramistas, antes da chegada dos portugueses. In: Carlos Etchevarne & Rita Pimentel. (Org.). Patrimônio Arqueológico da Bahia (Série estudos e pesquisas). 1 ed. : , 2011, v. 1, p. 27-46.


Site: www.mae.ufba.br




sábado, 24 de dezembro de 2011

As Urnas Funerárias

No imaginário popular, os recipientes cerâmicos quando encontrados no solo despertam cobiça e curiosidade, pois as populações contemporâneas vêem nesses objetos uma possibilidade de lucrar com os "possíveis tesouros" que se encontram no interior deles, muitas pessoas acreditam que os "potes dos índios" estão cheios de ouro. Isso é, na verdade, um grande mito. As antigas populações pré-coloniais não tinham o domínio do metal, sendo assim, não tinham conhecimento deste metal tão cobiçado, o ouro. 
Por outro lado, os recipientes cerâmicos eram produzidos para serem usados em diferentes funções, inclusive para enterramentos.
Em linhas gerais, as urnas funerárias são recipientes cerâmicos, atualmente existem duas grandes unidades culturais pré-coloniais, ou tradições arqueológicas, que foram denominadas Aratu e Tupi (ETCHEVARNE, C. 2011:2). Na tradição Aratu as urnas têm formato de pêra (piriformes), fechadas, a maioria das vezes, por uma tampa (opérculo coniforme). Na tradição Tupi as bordas das urnas são mais grossas, com decorações plásticas e motivos pintados.


Urna Funerária Aratu (recipiente e opérculo separados), Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Mesma urna Funerária Aratu (recipiente e opérculo juntos), Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Urna Funerária Aratu (recipiente com borda decorada e opérculo separados), Sítio Água Vermelha. Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Detalhe da borda da urna Aratu acima, Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Mesma urna Aratu (recipiente com borda decorada e opérculo separados), Sítio Água Vermelha. Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Urna Funerária Tupi, Sítio da localidade de Barra dos Negros, Morro do Chapéu - Ba 

Detalhe da decoração da urna acima, Sítio da localidade de Barra dos Negros, Morro do Chapéu - Ba 

Urna Funerária Tupi, doação recebida pelo arqueólogo Valentín Calderón  no município de Morro do Chapéu  - Ba, onde a peça foi encontrada. Atualmente está exposta no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA.
Foto: COMERLATO, F; COSTA, C; ETCHEVARNE, C; FERNANDES, L. A. Caderno de Educação Patrimonial: Patrimônio Arqueológico da Bahia. Salvador: UFBA/MAE, 2007.



Sugestões de leitura:


ETCHEVARNE, C. O Sítio da Tradição Aratu de Água Vermelha, reserva indígena caramuru Paraguaçu, e suas implicações arqueológicas e etno-políticas. Cadernos de Arte e Antropologia, n° 0/2011, pag. 4.1 – 4.4.

FERNANDES, L. A. Os sepultamentos do sítio Aratu de Piragiba - Ba. Salvador: PPGCS/UFBA, 2003. 410 pp. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Universidade Federal da Bahia.

FERNANDES, L. A. Tafonomia comparada em urnas Aratu (Piragiba e São Félix do Coribe - Ba). Canindé (MAX/UFS), v. 1, p. 291-310, 2002.

Antropomorfos

Os motivos com formas humanas, conhecidos tecnicamente como antropomorfos são representações humanas pintadas na rocha, aparecem tanto isolados quanto em conjunto, alguns são representados segurando lanças, maracás e instrumentos, outros com cocares e vestimentas. São encontrados em grande abundância nos sítios baianos, podendo ser encontrados em representações com vários detalhes e traços finos, formando belos conjuntos e cenas, bem definidos e principalmente com forte tendência à miniaturalização (associados à Tradição Nordeste) ou de forma menos definida como grandes bonecões, isolados ou agrupados, mas sem formar cenas temáticas, além das pinturas em que a palmas das mãos aparecem como carimbos (associados à Tradição Agreste). 
Abaixo uma pequena seleção, pois a quantidade de antropomorfos nos sítios pesquisados é abundante.



Sítio Serra das Paridas, Lençóis - Ba

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio São Francisco das Palmeiras, Morro do Chapéu  - Ba

Sítio São Francisco das Palmeiras, Morro do Chapéu  - Ba
Sítio Lapa dos Tapuias/Gruninha, Palmeiras - Ba

Sítio Serra dos Tapuias, Palmeiras - Ba
Acervo Bahia Arqueológica

Sítio Toca da Figura, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu - Ba

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba 

Sítio Toca do Pepino, Morro do Chapéu - Ba