Divulgo aqui no blog um evento que acontecerá nesta semana na nossa soterópolis. A cidade receberá representantes importantes do cenário nacional, que atuam e ou pesquisam questões relacionadas aos povos e comunidades tradicionais.
Vale a pena ir. Inscrevam-se.
Imagem meramente ilustrativa. Lagoa de Magdônio, município de Wagner-Ba. Foto: Greciane Neres. Data: 22.07.10. |
I Congresso
Internacional de Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais
(texto extraído do blog oficial do congresso)
O I Congresso
Internacional de Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais é
uma iniciativa da Universidade Federal da Bahia, na qual se empenham
particularmente as Faculdades de Direito, de Filosofia e Ciências Humanas e o
Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Terá sua primeira edição no
período de 10 a 12 de maio de 2012, na cidade de Salvador, Bahia –
Brasil. O Congresso tem como proposta promover a discussão sobre os direitos
dos povos e comunidades tradicionais.
Será realizado no Salão Nobre da Reitoria da UFBA - Rua Augusto Viana, s/n - Canela - Palácio da Reitoria, Salvador, Bahia.
Nas últimas décadas, os povos tradicionais
têm lutado em nível nacional e internacional para o reconhecimento da sua
existência como povos e pelos seus direitos. Em nível internacional o resultado
foi a criação de instrumentos com o objetivo de garantir aos povos tradicionais
seus direitos humanos. Entre estes, o principal é a Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho sobre os povos indígenas e tribais,
ratificada pelo Brasil em 2002 e em vigor desde julho de 2003. Os países
signatários da convenção se comprometem a consultar os povos interessados
quando forem previstas medidas legislativas ou administrativas que os afetem
diretamente, garantindo a efetiva participação dos povos indígenas e tribais na
tomada de decisões.
No Brasil, como resultado de lutas e
afirmação de comunidades, historicamente marginalizadas no acesso à cidadania,
a Constituição Federal (1988) expressa direitos individuais e metaindividuais,
incorporando direitos humanos, relativos à diversidade étnica, direitos
culturais, ao meio ambiente, a territorialidade, a autonomia, a livre
determinação, reconhecendo os povos tradicionais (comunidades indígenas e
remanescentes de quilombo, povos de santo, pescadores artesanais e
marisqueiras, fundo de pasto, geraiszeiros, quebradoras de coco-babaçu,
seringueiros) como sujeitos coletivos de direito.
No entanto, ainda não conseguiu-se aprovar a
legislação infraconstitucional que regula os dispositivos constitucionais sobre
a matéria. As demandas por direitos das comunidades e povos tradicionais
ainda não são plenamente realizadas, por diversos motivos, entre outros, o
tempo despendido nos processos de reconhecimento e titulação de terras,
dificuldades de mediação dos conflitos existentes, déficits históricos, falta
de interesses das elites e falta de preparo estatal para atendimento dos
pleitos, ausência de formação específica de profissionais egressos dos cursos jurídicos,
etc.
A proposta deste Congresso é promover a
visibilidade da temática e o diálogo sobre os desafios em relação aos povos e
comunidades tradicionais, no que tange principalmente as suas demandas por
direitos.
Diante da necessidade de contribuir a
construir a perspectiva de um sistema democrático que incorpore a noção de
diversidade, esta iniciativa visa construir um espaço de interlocução entre os
povos tradicionais, seus representantes, a sociedade civil, as instituições do
Estado, profissionais da área do direito, o meio acadêmico e atores
internacionais.
Apresentação
Os povos e
comunidades tradicionais têm construído ao longo de gerações sistemas
sustentáveis de exploração dos bens ambientais, adaptados às condições
ecológicas e baseada em saberes que respeitam a diversidade biológica,
explicitam harmonia com a natureza e efetivam culturas de subsistência.
Por sua vez, existem
demandas por direitos das comunidades tradicionais ainda não plenamente
realizadas, quer por déficits históricos, pela falta de interesses das elites e
falta de preparo estatal para atendimento dos pleitos, pela ausência de
formação jurídica específica de profissionais egressos dos cursos jurídicos,
pelo tempo dispendido nos processos de reconhecimento e titulação de terras,
por dificuldades de mediação dos conflitos existentes, inclusive pela inserção
de temas atuais, como o racismo institucional, ambiental e a intolerância
religiosa.
Em verdade existe a
necessidade de construir a perspectiva de um sistema democrático que incorpore
a noção de diversidade de classe e de raça. Neste sentido, apresenta-se a
proposta do CONGRESSO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS POVOS E COMUNIDADES
TRADICIONAIS visando:
a) apresentar
mapeamentos dos conflitos jurídicos coletivos que envolvem as comunidades
tradicionais;
b) possibilitar
a participação dos povos e comunidades tradicionais e das suas entidades
representativas na discussão de implementação de direitos;
c) possibilitar o
diálogo entre povos e comunidades tradicionais e representantes do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria Pública, Governos e meio acadêmico;
d) discutir os
Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais na atual conjuntura e propor
aprimoramento do marco legal;
e) apresentar
experiências internacionais e nacionais sobre os Direitos dos Povos e
Comunidades.
Programação
10 de maio, quinta
feira
09:00 – 10.00
h Abertura Solene
Dora Leal Rosa,
Magnífica Reitora da UFBA
Autoridades
convidadas
10.00 – 12.00
h Mesa redonda – Constituição e desafios de efetivação dos
direitos dos povos e
comunidades tradicionais
Objetivo analisar os
direitos das comunidades no patamar constitucional e retrocessos em curso
Coordenação: Prof.
Ordep Serra, UFBA
Elias Sampaio,
Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia – SEPROMI
Márcia Virgens –
Ministério Público do Estado da Bahia
Ministro Sílvio
Albuquerque, Ministério das Relações Exteriores, Divisão de Temas
Sociais (a confirmar)
Gersonice Brandão
(Ekedy Sinha), Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial – CONAPIR
Valdina Pinto de
Oliveira, Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social – CODES
12.00 – 14.00 h
Intervalo
14.00 – 16.00 h
Painel – Diálogos interculturais: experiências internacionais
Objetivo:
Possibilitar o diálogo entre saberes e a defesa dos conhecimentos
tradicionais
Coordenação: Débora
Nunes, UNIFACS
Painelista: César
Carillo Trueba – Universidad Nacional Autónoma de México
Marcos Arruda,
Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
Valentim da Cruz
Barros – Associação Médicos Tradicionais de São Tomé e Príncipe
Márcio
Griô - Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô
16:00 – 18:00
h Painel – Direitos Humanos: Casos Internacionais
Objetivo: Analisar os
direitos humanos e desafios de implementação para os povos e comunidades
tradicionais
Coordenação: Julio
Rocha, UFBA
Painelista: Esther
Sanchez, perita antropóloga da Corte Constitucional da Colombia;
Universidad de lós Andes, Bogotá.
Marcus
Barberino, Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Ministro Lélio
Bentes Tribunal Superior do Trabalho – integrante Comitê de Peritos da OIT
em Genebra (a confirmar)
Maria Paula Meneses,
Universidade de Coimbra (confirmar)
11 de maio, sexta
feira
08:00 – 10:00 h
Mesa redonda – Povos e comunidades tradicionais: sistema legal e
conquista coletiva de direitos
Objetivo: Analisar o
sistema jurídico e os direitos coletivos dos povos e comunidades tradicionais.
Coordenação: Cintia
Muller, UFBA
Fernando Priostre,
Terra de Direitos
Alfredo Wagner,
UFAM/UEAM
Tania Pacheco, Mapa
de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil
Cláudia Regina Sala
De Pinho, Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais (a confirmar)
10:00 – 12:00 h
Mesa redonda – Quilombos rurais e urbanos, reconhecimento de seus
territórios e litigiosidade jurídica
Objetivo: Explicitar
a situação dos quilombos no Brasil e violências cometidas à sua organização
Coordenação: João
Evangelista, Conselho Estadual das Comunidades Quilombolas da Bahia
Rosemeire dos Santos
Silva, Quilombo do Rio dos Macacos, Simões Filho-BA
Maria de Fátima Lima
Ferreira, Quilombo do Alto do Tororó, Salvador-BA
Davi Pereira,
Maranhão,UFBA
Representante do
Conselho Quilombola Iguape (a confirmar)
Júlio Cupertino,
Chapada Diamantina (a confirmar)
12:00 – 14:00
h Intervalo
14:00 – 15:30 h
Mesa redonda – Legislação indígena: novos marcos de autonomia
Objetivo: Debater o
sistema legal e constitucional dos povos indígenas, discutir as problemáticas
dos povos e os desafios.
Coordenação: Jerry
Matalawê, Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado da
Bahia
Cacique Babau,
Tupinambá Serra do Padeiro, coordenador do Movimento Indígena da Bahia
Cacique Aruan Pataxó,
Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha
Representante do
Conselho Estadual de Direito dos Povos Indígenas (a confirmar)
15:30 – 17:00 h
Mesa redonda – Pescadores artesanais e marisqueiras, direitos
diversidade e atividades impactantes ao meio ambiente a às águas
Objetivo: Debater
situação dos povos das comunidades do mangue e do mar
Coordenação Cristina
Seixas, MPE
Carlos Alberto Pinto
dos Santos, Reserva Extrativista de Canavieiras
Rita Rêgo, UFBA
Carlos Frederico
Loureiro, UFRJ
Miguel Accioly, UFBA
Maria José
Honorato, Secretaria Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Pesca
17:00 – 18:30 h
Mesa redonda – Povos do campo e vulnerabilidade da questão agrária:
geraiszeiros, fundo de pasto e agricultores familiares
Objetivo: Analisar a
situação do campo e os desafios das comunidades que realizam a luta pela
reforma agrária.
Coordenação: Guiomar
Inez Germani, UFBA
Iremar Barbosa, CPT –
Comissão Pastoral da Terra
Rubens
Siqueira, CPT, Movimento São Francisco Vivo
Joelson Ferreira
Oliveira, Terra Vista, MST
Valdivino Rodrigues
de Souza, Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais
12 de maio, sábado
08:00 – 09:30
h Mesa redonda – Povos de terreiro e a intolerância religiosa: afirmando
direitos
Objetivo: Explicitação
da situação da intolerância religiosa; afirmação de direitos das comunidades de
santo.
Coordenação – Ordep
Serra, UFBA
Leonel
Monteiro presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura
Afro-Ameríndia – AFA
Mãe Jaciara Ribeiro,
Terreiro Abassa de Ogum
Edvaldo de Jesus
Conceição, Comunidade Ventura (confirmar)
Mãe Roselice Santos
do Amor Divino, Terreiro Angola Oya Nipo Neto
Moacir
Pinho, Terreiro – Dom Elder Ilhéus – Ile Axé Ominwa
09:30 -11.00
h Painel de encerramento. Direitos Humanos e comunidades
tradicionais no séc. XXI
Objetivo: Empreender
uma reflexão sobre a perspectiva do direito das comunidades tradicionais.
Coordenação: Dora
Leal, Magnífica Reitora UFBA
Felício Pontes
Junior, MPF (a confirmar)
Marina Silva (a
confirmar)
Pedro Ramos, Comissão
Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais
Aderval Costa
Filho, UFMG
11:00 – 12.00
h Encerramento: Aprovação da carta do Congresso
Objetivo: Aprovação
de carta com demandas e interesses das comunidades.
Contato: Prof. Ordep Serra e Prof. Julio Rocha, UFBA.
Inscrições:
Para a inscrição no evento, @s interessad@s
devem enviar um e-mail para congressodireitopct@gmail.com, com o nome completo e CPF, após esse procedimento receberá
um e-mail da organização do evento.
Mais informações: http://cidpct2012.blogspot. com.br/
ATENÇÃO: Não faço parte da organização,
caso tenham dúvidas, por favor entrem em contato com a própria organização no
mesmo e-mail acima citado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário