sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sobre o Mini-Curso Arqueologia na cidade: um projeto onde a cidade se encontra com a sua construção

"Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
"
(Fragmento da poesia O Tempo de Olavo Bilac).


Pois é leitoras e leitores, o tempo vem me dando uma rasteira, tropeço, caio, levanto e sigo cambaleando como uma criança que está aprendendo a dar os primeiros passos. Que coisa essa vida moderna, todos os dias somos roubadas e roubados, sim nos tiram o que nos é tão caro e precioso: O TEMPO.
Mas mais uma vez deixemos que chorumelas, porque aqui não é o Muro das Lamentações. Posto, ainda que atrasada, mais antes tarde do que nunca, o texto sobre o Mini-curso Arqueologia na Cidade.

Cachoeira-Ba. 26.09.12. Foto: Greciane Neres.
Nos dias 26 a 27 de setembro de 2012, a professora doutora Maria da Conceição Lopes, ministrou Mini-curso sobre ‘Arqueologia na Cidade: um projeto onde a cidade se encontra com a sua construção’. O evento ocorreu nas dependências da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cachoeira.
Uma valiosa oportunidade de conhecer o trabalho desta tão competente arqueóloga portuguesa, que conduziu de maneira bastante tranquila e descontraída o curso, buscando aproximar os participantes (alguns ainda sem nenhuma experiência em arqueologia) deste campo do saber tão fascinante. Conceição Lopes é uma apaixonada pela arqueologia, seu engajamento político foi um dos pontos marcante em sua fala.
Profª Conceição Lopes. 26.09.12. Foto: Alexandre Colpas.

Profª Conceição Lopes. 26.09.12. Foto: Alexandre Colpas.

Profª Fabiana Comerlato (organizadora) e Profª Conceição Lopes. 26.09.12. Foto: Greciane Neres.

Durante o mini-curso alguns pontos foram abordados: A arqueologia nas cidades; Arqueologia das cidades; Construção das cidades: morfologia e materiais; Mão de obra e técnica de construção; Transmissões e heranças na cidade atual; Arqueologia das cotas positivas e negativas (para a pesquisadora não há essa separação, é tudo arqueologia); Cronologia; Arqueologia a serviço da ideologia; Cultura; A cidade Romana de Beja, dentre outros.
Leiam mais em: 
Arqueologia das Cidades de Beja 
alpage.tge-adonis.fr
ucv.uc.pt//ucv/podcasts/reportagem/cidades-perdidas



Leiam abaixo a entrevista que a pesquisadora concedeu ao Jornal Grande Bahia:

Publicado 02/10/2012 às 10:29:57 | Atualizado em 02/10/2012 19:21:16
Professora doutora Maria da Conceição fala da importância da arqueologia urbana como forma de resgate das heranças das sociedades

Nos dias 26 a 27 de setembro de 2012, a professora doutora Maria da Conceição Lopes, ministrou curso sobre ‘Arqueologia na Cidade: um projeto onde a cidade se encontra com a sua construção’. O evento ocorreu nas dependências da Universidade Federal do Recôncavo, em Cachoeira.



Maria da Conceição Lopes: "Eu considero a arqueologia urbana um procedimento técnico e cientifico fundamental para resgatar as heranças que estão escondidas, as heranças do passado e trazê-las para o presente,"
Na oportunidade, entrevistada pela equipe do Jornal Grande Bahia, Maria da Conceição discorreu sobre a importância do projeto de arqueologia urbana “como ação propiciadora do encontro do conhecimento do passado com a cidade atual e da conjugação de ambos numa perspectiva de participação e desenvolvimento da comunidade assume-se, assim, como uma instância que convoca a comunidade a participar como elemento ativo na preservação da sua memória e no usufruto do seu passado.”.
Confira a entrevista
Jorna Grande Bahia – Como avalia a importância da arqueologia urbana para as sociedades?
Maria da Conceição Lopes – Eu considero a arqueologia urbana um procedimento técnico e cientifico fundamental para resgatar as heranças que estão escondidas, as heranças do passado e trazê-las para o presente, de maneira que as comunidades do ponto de vista do desenvolvimento possam utilizar essa herança como fator de decisão. Relativamente daquilo que querem preservar no futuro.
JGB – Como analisa o atual estágio de desenvolvimento da arqueologia urbana no Brasil?
Maria da Conceição Lopes – Eu acho que a arqueologia urbana no Brasil está em uma prática que eu considero muito desenvolvida e muito valiosa, digo até que na Europa nós aprendemos bastante com o modo como se vai fazendo aqui no Brasil. Não quero deixar ninguém de fora, mas, lembro, por exemplo, dos meus colegas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Recife, Salvador, são trabalhos muito bons e que foram ao longo do tempo criando metodologias e formas de abordagens novas, com as quais temos aprendido.

Maria da Conceição Lopes: "Penso, que desse ponto de vista, apesar de haver muitos problemas, a arqueologia urbana no Brasil está percorrendo um caminho, que pode transformá-la em uma grande arqueologia urbana, em um grande laboratório do conhecimento da arqueologia urbana."
Penso, que desse ponto de vista, apesar de haver muitos problemas, a arqueologia urbana no Brasil está percorrendo um caminho, que pode transformá-la em uma grande arqueologia urbana, em um grande laboratório do conhecimento da arqueologia urbana.
JGB – Com relação ao intercâmbio na área de arqueologia urbana entre Brasil e Portugal. Como avalia esse estágio?
Maria da Conceição Lopes – Acho que podemos trabalhar algumas coisas, algumas práticas que estão sendo discutidas e debatidas em conjunto. Nós já fizemos em conjunto três Fóruns da Arqueologia Urbana, o primeiro em Salvador, o segundo em Coimbra e o terceiro em Recife, estamos preparando o quarto. Esses fóruns são momentos de colaboração entre instituições e entre países, diversas metodologias, técnicas e objetivos desta arqueologia urbana. Penso que temos a caminho a percorrer, mas que o caminho já está construído.
Maria da Conceição Lopes nasceu a 14 de Fevereiro de 1961, no concelho de Arganil, distrito de Coimbra, Portugal. É professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Licenciada em História, Variante de Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra no ano de 1984. No ano de 1987, obteve o Diplôme d’Études Approfondies (D.E.A.) na Université de Bourdeaux III.
Doutorou-se pela Universidade de Coimbra, no ano de 2000, defendendo a dissertação “A cidade Romana de Beja. Percursos e debates acerca de Pax Iulia”, com a qual obteve o Grau de Doutor, com louvor e distinção, por unanimidade.
Conceição é diretora do Centro de Estudos Arqueológicos da Universidade de Coimbra e Porto, coordenadora de projetos internacionais, consultora da UNESCO para questões de reconhecimento do Patrimônio Mundial, coordenou escavações no Egito, Turquia, Síria, Angola e várias regiões de Portugal.

Leiam a postagem anterior sobre o Mini-Curso Arqueologia na Cidade.

domingo, 7 de outubro de 2012

Sobre a IV Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre


Prezadas leitoras e leitores, a postagem de hoje era para ser compartilhada há mais de um mês, mas por falta de tempo, terminou ficando de molho e finalmente saiu.
No final do mês de agosto deste ano, aconteceu a tão esperada IV Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre – ABAR, na capital baiana. Foram dois dias inteiros de apresentações sobre a atualidade dos estudos em arte rupestre – tema principal do evento – onde pudemos compartilhar entre os nossos pares os caminhos que estamos fazendo com as nossas pesquisas, apresentar resultados e principalmente ver (rever) conceitos.

Participaram pesquisadores de grande representatividade nacional e internacional, dentre eles: Gilson Rambelli - Presidente da SAB; Carlos Etchevarne - ex-Presidente da ABAR; Gabriela Martin; Denis Vialou; Águeda Vilhena Vialou; Carlos Xavier de Azevedo Netto; Celito Kestering, Carlos Alberto Santos Costa, Fabiana Comerlato, Edithe da Silva Pereira, Conceição Lage, Suely Amâncio Martinelli, dentre outros.

Apresentei o trabalho de pesquisa: “Cor e imagem: o uso do amarelo nas composições gráficas do sítio Lagoa da Velha, Morro do Chapéu, Bahia.”.
Destaco o trabalho do pesquisador Grégoire van Havre, colega em alguns campos, que investiga as representações rupestres também de Morro do Chapéu, sob o título: “Interações entre grupos pré-históricos: análise das redes do registro rupestre em Morro do Chapéu.”. Vejam em seu site um excelente textos sobre a ABAR. Clique aqui.

No primeiro dia, ao final da Reunião foi realizada a Assembléia da ABAR e eleição da nova diretoria. Foi sugerido/acatado pelos sócios, anunciado no segundo dia pela diretora eleita – Profª Conceição Menezes Lage e demais membros da Chapa o X Simpósio Internacional de Arte Rupestre e da V Reunião da ABAR em 2014 na Universidade Federal do Piauí, que acontecerá em Teresina.

Acredito que necessitamos de outros encontros deste tipo, já que nos últimos anos as pesquisas arqueológicas sobre representações rupestres tem se avolumado e poucos debates tem acontecido. Sabemos que os problemas teóricos e práticos são muitos, falar em conservação então... Nos deixa de cabelos em pé. Que venha 2014, lá no Piauí!

Fotos: Fabiana Comerlato, Carlos Costa, Paulo Ricardo Bosque e George Nascimento.



Abertura.

Mesa de abertura (da esquerda para a direita): Carlos Costa (UFRB) (em pé); Gilson Rambelli (UFS), Carlos Etchevarne (UFBA); João Salles (UFBA); Frederico Mendonça (IPAC); Alexandre Colpas (IPHAN).

Mesa de abertura (da esquerda para a direita): Fabiana Comerlato, Carlos Costa (UFRB) (em pé); Carlos Etchevarne (UFBA); João Salles (UFBA); Frederico Mendonça (IPAC).

Profº Denis Vialou.

Profª Águeda Vilhena Vialou.

Profª Águeda Vilhena Vialou.

Profª Conceição Lage, atual Presidente da ABAR.

Profª Edithe da Silva Pereira.

Pausa para o café.

Pausa para o café.

Profª Conceição Lage, atual Presidente da ABAR.

Juvandi de Souza Santos.

Welington Lage

Eu: Greciane Neres.