sábado, 24 de dezembro de 2011

As Urnas Funerárias

No imaginário popular, os recipientes cerâmicos quando encontrados no solo despertam cobiça e curiosidade, pois as populações contemporâneas vêem nesses objetos uma possibilidade de lucrar com os "possíveis tesouros" que se encontram no interior deles, muitas pessoas acreditam que os "potes dos índios" estão cheios de ouro. Isso é, na verdade, um grande mito. As antigas populações pré-coloniais não tinham o domínio do metal, sendo assim, não tinham conhecimento deste metal tão cobiçado, o ouro. 
Por outro lado, os recipientes cerâmicos eram produzidos para serem usados em diferentes funções, inclusive para enterramentos.
Em linhas gerais, as urnas funerárias são recipientes cerâmicos, atualmente existem duas grandes unidades culturais pré-coloniais, ou tradições arqueológicas, que foram denominadas Aratu e Tupi (ETCHEVARNE, C. 2011:2). Na tradição Aratu as urnas têm formato de pêra (piriformes), fechadas, a maioria das vezes, por uma tampa (opérculo coniforme). Na tradição Tupi as bordas das urnas são mais grossas, com decorações plásticas e motivos pintados.


Urna Funerária Aratu (recipiente e opérculo separados), Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Mesma urna Funerária Aratu (recipiente e opérculo juntos), Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Urna Funerária Aratu (recipiente com borda decorada e opérculo separados), Sítio Água Vermelha. Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Detalhe da borda da urna Aratu acima, Sítio Água Vermelha.
Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Mesma urna Aratu (recipiente com borda decorada e opérculo separados), Sítio Água Vermelha. Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu. Município de Pau Brasil.

Urna Funerária Tupi, Sítio da localidade de Barra dos Negros, Morro do Chapéu - Ba 

Detalhe da decoração da urna acima, Sítio da localidade de Barra dos Negros, Morro do Chapéu - Ba 

Urna Funerária Tupi, doação recebida pelo arqueólogo Valentín Calderón  no município de Morro do Chapéu  - Ba, onde a peça foi encontrada. Atualmente está exposta no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA.
Foto: COMERLATO, F; COSTA, C; ETCHEVARNE, C; FERNANDES, L. A. Caderno de Educação Patrimonial: Patrimônio Arqueológico da Bahia. Salvador: UFBA/MAE, 2007.



Sugestões de leitura:


ETCHEVARNE, C. O Sítio da Tradição Aratu de Água Vermelha, reserva indígena caramuru Paraguaçu, e suas implicações arqueológicas e etno-políticas. Cadernos de Arte e Antropologia, n° 0/2011, pag. 4.1 – 4.4.

FERNANDES, L. A. Os sepultamentos do sítio Aratu de Piragiba - Ba. Salvador: PPGCS/UFBA, 2003. 410 pp. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Universidade Federal da Bahia.

FERNANDES, L. A. Tafonomia comparada em urnas Aratu (Piragiba e São Félix do Coribe - Ba). Canindé (MAX/UFS), v. 1, p. 291-310, 2002.

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