Neste blog já falamos sobre os
bondes que circulavam pela cidade de Salvador-Ba, literalmente pegando o bonde,
postarei algumas fotos do trecho da linha férrea (Calçada – Água de meninos) e dos
trens de carga que circulavam na Cidade Baixa. Onde hoje é a tão famosa e tão
maltratada Feira de São Joaquim/Água de Meninos os trens atravessavam e passavam
por dentro do Porto de Salvador levando e trazendo mercadorias.
Segundo Giesbrecht, entre o porto
e a Estação Ferroviária da Calçada a distância é de cerca de 3 a 4 km. Havia um
ramal de linha singela que saía da Estação da Calçada e se dirigia ao Porto
de Salvador, sem paradas intermediárias. Até o início dos anos 1970, esse
prolongamento percorria toda a extensão do cais do porto, mas, com a construção
do terminal de containeres, naquela mesma década, o ramal ferroviário só
chegava àquele terminal. Na verdade, nos anos 1980 somente os trens de minério
de magnesita é que trafegavam para o porto, pois a empresa Magnesita tinha
um terminal de exportação ao lado do parque de containeres. O ramal que saía da Calçada
cruzava duas movimentadíssimas avenidas da Cidade Baixa e ainda passava por
dentro da Feira de São Joaquim (na verdade, foram os feirantes quem invadiram o
espaço da ferrovia), praticamente raspando pelas barracas. Por causa disso, os
trens de magnesita só podiam trafegar durante as madrugadas. Como a Magnesita construiu
um terminal novo do porto de Aratu, dentro da Baía de Todos os
Santos, porto especializado na descarga e embarque de granéis sólidos, líquidos
e gasosos, e não mora ninguém por lá, uma vez que a região pertence à Base
Naval de Aratu, da Marinha do Brasil, que é a maior base naval brasileira fora
do Rio de Janeiro, a linha férrea do ramal além da Calçada deixou
de ter utilidade e foi desativada na segunda metade da década de 1990. A linha
ainda está lá, mas não é mais usada. Aliás, os trens de carga nem mais vêm a Salvador,
pois, segundo soube, as condições da linha entre Aratu e Paripe são
péssimas. Em 1925, as tropas baianas que participaram da batalha em Catanduvas regressaram
de trem à estação e foram recepcionadas pelo Governador Goes Calmon. Em
1936, ela sofreu uma grande reforma. Outra reforma veio em 1981. Ela é hoje uma
estação de trens suburbanos tocados pela Prefeitura de Salvador.
Ainda hoje é possível encontrar
ao longo da Avenida Jequitaia/Frederico Pontes, nos arredores da Feira de São
Joaquim os trilhos da antiga ferrovia.
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Inscrição atrás da foto: “Recuperação Linhas Férreas 05.02.70”. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento.
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Inscrição atrás da foto: “05.02.70 Recuperação Linhas Férreas de Guindastes Cia das Docas da Bahia”. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Linha Férrea em construção. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
Linha Férrea em construção. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Linha Férrea/ transeuntes/ Moinho ao fundo/ Antiga Feira de São Joaquim. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Trem. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Trem. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Trem “Locomotiva Diezel de 150HP”. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Trem/Obras do Porto. Acervo da CODEBA. Reprodução Greciane Neres do Nascimento. |
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Estação da Calçada em fins de construção, em 1861. Acervo Flavio Cavalcanti. |
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Gare da estação da Calçada em fins de construção, em 1861. Acervo Flavio Cavalcanti. |
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