Quando estivemos em visita à casa de
dona Joana e seu Roque, fizemos um pequeno passeio pelo sítio e ficamos conhecendo um pouco da história do lugar. Engraçado, eu que acreditava na quase inexistência de tradições verdadeiras, autênticas, nesse rincão do recôncavo baiano, me surpreendi com as histórias contadas pelo seu Roque, que leva adiante as tradições da família e mantém uma casa no seu terreno para manter vivo o aprendizado herdado de sua mãe e avô, referentes às religiões de matriz africana. Qual não foi nossa surpresa ao nos depararmos com uma estranha pedra polida, realmente muito lisa em algumas partes, e que possui duas linhas retas paralelas riscadas nos dois lados maiores. Seu Roque contou-nos a história de uma trovoada que lhe revelou a pedra, disse-nos que ela muda de cor e "sua" (fica úmida). Tiramos as fotos para levarmos à avaliação do professor Carlos Etchevarne, mas toda essa correria da viagem para Tanhaçu e algum esquecimento de Greciane ainda não possibilitaram tal avaliação. Quando ela chegar vou cobrá-la sobre isso.
Eu, como livre de qualquer amarra acadêmica, por opção e por falta de formação na área, fiquei a especular sobre a origem da misteriosa pedra, sobre qual instrumento ela compunha. Se alguém conhecer algum similar ou souber algo, pode deixar um comentário, pois ainda vai demorar um pouco pra eles chegarem de viagem.
Abaixo, fotos de algumas curiosidades da "casa do seu Roque", do próprio, e por último as fotos da pedra.
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Seu Roque |
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Cerâmica de verdade (diferente dessas porcarias chinesas que estão vendendo) |
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Mais um exemplar de cerâmica antiga |
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Mão de pilão de ferro (não sabe o que é mão de pilão?) |
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A pedra (vista de um dos lados 1) |
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A pedra (nas mão de Greciane)
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Vista dos riscos a partir de uma das extremidades. |
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Pedra vista do lado 2 |
Fábio,
ResponderExcluirdevem ser super interessantes essas suas visitas e conversas que te levam a estas descobertas.
Seus posts são excelentes, informativos, diferentes, belos, provocativos, valiosos.
Abraços
Olá Van,
ExcluirQue bom que gostou do post. As fotos e texto são de Fábio (quem vos escreve é Greciane), retornei para assumir meu posto.
Muito obrigado e volte sempre,
Greciane
Essa pedra poderia ser um instrumento para afiar facas, não?
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirBem, creio que não. Pense comigo: será que uma pessoa se daria o trabalho de produzir sultos tão profundos dos dois lados, mas além disso tão simétricos? Eu acredito ser uma pedra polida de populações pré-coloniais, que não tinham conhecimento do metal, como ferro por exemplo, devido as suas características. Não tenho como afirmar, pois ela me foi mostrada fora de seu contexto.
Obrigado pelo comentário e volte sempre. Seus comentários são muito bem vindos.
Cordialmente
Greciane Neres